Quem visita pela primeira vez o Galpão “Caipora Viu”, em Campos Novos, dificilmente passa indiferente ao nome curioso que batiza o espaço. O idealizador do memorial, Benito Zandoná, explica com orgulho que a denominação é uma homenagem carregada de afeto e lembrança familiar.
O nome “Caipora Viu” faz referência direta ao seu avô, Júlio Granzotto, figura marcante e bem-humorada. Benito relembra que, no início, alguns familiares estranharam a ideia de dar ao galpão o nome de uma expressão tão peculiar, mas o significado simbólico acabou vencendo a resistência.
“Meu avô sempre dizia ‘Caipora Viu’ quando se irritava com alguma coisa ou queria demonstrar indignação. Era uma expressão muito dele, algo que virou uma marca da nossa família”, conta Benito, sorrindo.
A história da expressão ficou ainda mais conhecida após uma tropeada, quando Epaminondas de Almeida, observou que o colega Júlio, quando incomodado com as picadas de mosquitos, reagia espantando-os e repetindo o famoso bordão: “Caipora Viu”. A cena virou anedota entre os tropeiros e o dizer se espalhou pela região.
Benito lamenta que o avô não tenha conhecido a homenagem em vida. Júlio Granzotto faleceu em 8 de outubro de 1985, aos 75 anos, enquanto o Galpão existe deste 2006. Ainda assim, o neto se emociona quando é chamado carinhosamente de “Caiporinha”, e se orgulha de ver o galpão mantendo viva a memória e o legado da família.
Atualmente, o projeto de digitalização do acervo histórico do Galpão “Caipora Viu” está em andamento. A expectativa é que o memorial virtual seja lançado em 2026, reunindo fotografias, documentos e objetos que contam a trajetória de gerações de camponovenses.
A ação cultural é coordenada pelo Instituto Humaniza, apoio financeiro da CELESC Distribuição S.A. e, incentivo do Governo do Estado, por meio do Programa de Incentivo à Cultura (PIC), da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
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