Médicos, enfermeiros e recepcionistas foram demitidos após a morte de José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, em uma cadeira enquanto aguardava atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. O caso aconteceu na sexta-feira (13) e foi registrado em vídeos feitos por pacientes, que mostraram a situação e compartilharam nas redes sociais.
Em um dos vídeos, é possível ver José Augusto sendo levado em uma maca, enquanto outros pacientes reclamam com a equipe médica. “Agora vocês estão com pressa, né? O homem chegou aqui gritando de dor (…) Todo mundo é culpado, ninguém atendeu”, afirma um paciente.
A sobrinha de José Augusto, Emily Larissa Souza Mota, contou ao UOL que o tio sofria de problemas no estômago e já havia passado por uma UPA em abril deste ano, mas o problema persistiu. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou que 20 funcionários foram demitidos e que eles também responderiam a uma sindicância. O secretário de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que os profissionais seriam denunciados nos respectivos conselhos de classe e acrescentou que é “inadmissível não perceberem a gravidade do caso”.
A morte de José Augusto gerou uma investigação na Polícia Civil e no Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio). A Polícia Civil investiga o caso na 41ª DP (Tanque), enquanto o Cremerj abriu uma sindicância interna para analisar a conduta dos profissionais envolvidos. Em nota, o Cremerj se mostrou preocupado com as demissões sumárias e pediu que a responsabilização só ocorra após uma análise criteriosa dos fatos.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a coordenação da UPA abriu uma sindicância para apurar o ocorrido. Segundo os relatos iniciais dos profissionais, o paciente teria chegado lúcido e andando à unidade, sendo classificado com risco às 20h30. Pouco tempo depois, foi acionada a equipe médica devido ao paciente ter perdido a consciência. José Augusto foi levado à Sala Vermelha para atendimento, mas não resistiu.
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