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Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025

Agro

Invasão de javalis preocupa produtores em Santa Catarina.

Atualmente, calcula-se que mais de 200 mil javalis estejam espalhados por 236 cidades de Santa Catarina.

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Por Web Rádio Cidade
Invasão de javalis preocupa produtores em Santa Catarina.
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Em artigo publicado nesta segunda-feira, 1º de setembro, intitulado “Guerra aos javalis”, o presidente da FAESC e do Senar/SC, José Zeferino Pedrozo, afirmou que a “situação está quase fora do controle” no Estado. O avanço descontrolado da população de javalis em Santa Catarina tem mobilizado lideranças do setor agropecuário e causado prejuízos alarmantes. A destruição de plantações, o risco à segurança de pessoas e animais, além da ameaça sanitária à cadeia produtiva, acenderam o alerta vermelho no campo e nas instituições. A rápida reprodução do javali europeu (sus scrofa), espécie invasora e considerada praga, dificulta o controle populacional. Cada fêmea pode gerar duas ninhadas anuais, com até oito filhotes por vez.

Esses animais vivem em grupos de até 50, migram com facilidade e atacam lavouras de milho, feijão, soja, trigo, hortas, pastagens e até criatórios de aves e suínos. Em apenas uma noite, podem destruir hectares inteiros de plantações. Desde 2010, quando a espécie foi oficialmente declarada nociva à agricultura catarinense, mais de 120 mil javalis foram abatidos, mas a estimativa atual aponta mais de 200 mil espalhados por 236 municípios.

Os maiores focos estão na Serra Catarinense e no Parque Nacional das Araucárias, entre Ponte Serrada e Passos Maia. Quando falta alimento na natureza, eles invadem propriedades rurais, ampliando os danos econômicos.

Manejo e abate controlado
Apesar da Lei nº 18.817/2023, que autoriza o manejo e abate controlado, apenas caçadores licenciados podem atuar, e o número de profissionais habilitados é insuficiente para conter a infestação.

Segundo Pedrozo, “além da burocracia, o risco é elevado”. Javalis atacam caçadores com ferocidade e frequentemente matam cães durante os combates.

Riscos à saúde.

Além das perdas nas lavouras, esses animais oferecem riscos sanitários, podendo transmitir doenças graves como peste suína africana, peste suína clássica e febre aftosa.

A possível contaminação dos rebanhos comerciais traria impactos devastadores para o agro catarinense, que é o maior exportador de suínos do Brasil, o segundo em frangos e o terceiro em leite, mesmo ocupando apenas 1,12% do território nacional.

Na última semana, o tema foi debatido em audiência pública na Câmara dos Deputados, destacando entraves como a morosidade na emissão de licenças, a escassez de controladores e a burocracia do sistema. A gravidade da situação exige resposta urgente de todos os níveis de governo. O combate à praga dos javalis vai além dos interesses do agronegócio. Trata-se de uma questão de segurança rural, sanidade animal e proteção econômica, que afeta diretamente toda a sociedade catarinense e brasileira.

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