Um estudo realizado pelo Consórcio Meio Oeste de Saneamento Ambiental (CISAM) revelou que a água do Rio São João, na altura da Usina Velha, em Campos Novos, é própria para o consumo humano. A análise, solicitada pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), avaliou 91 substâncias e não identificou contaminações que comprometam a qualidade da água.
O engenheiro sanitarista Matheus Massut, coordenador do laboratório do CISAM, destacou que o ensaio foi realizado em 20 de janeiro e deverá ser repetido a cada seis meses para monitoramento contínuo da qualidade da água. “Esse é um estudo inicial e os resultados foram satisfatórios. Caso o SAMAE decida avançar com a captação no Rio São João, novas análises precisarão ser feitas periodicamente”, afirmou.
Entre os parâmetros avaliados, foram pesquisados possíveis resíduos de agrotóxicos presentes na lista de monitoramento do Ministério da Saúde. Nenhuma dessas substâncias foi detectada na amostra analisada.
O diretor do SAMAE, Alexandre Biolchi, informou que o município está na fase final de inserção de dados no sistema do Governo Federal para avaliação da Caixa Econômica Federal sobre a destinação de R$ 7,8 milhões já liberados para melhorias no abastecimento de água. Inicialmente, o recurso seria utilizado para a perfuração de um poço no Aquífero Guarani, mas agora será direcionado para a construção de uma nova estação de tratamento.
Sobre a possível captação no Rio São João, Biolchi ressaltou que o SAMAE buscará novos recursos e poderá oferecer contrapartida caso necessário. “O valor para essa nova captação será significativo, pois o objetivo é abastecer toda a área urbana de Campos Novos. A captação na altura da Usina Velha, onde há uma barragem, poderia suportar até 890 litros por segundo, muito acima da demanda atual da cidade, que é de 110 litros por segundo. Isso garantiria o abastecimento pelos próximos 30 anos”, explicou.
Atualmente, a captação no Restingão é a principal fonte de abastecimento da cidade. A ideia do SAMAE é manter essa captação como reserva estratégica, garantindo maior segurança hídrica para a população.
A decisão final sobre a nova captação dependerá de estudos técnicos adicionais e da viabilidade financeira do projeto. Nos próximos meses, o SAMAE e o CISAM continuarão monitorando a qualidade da água do Rio São João para embasar futuras decisões sobre o abastecimento da cidade.
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