Uma pesquisa realizada pelo Semesp aponta que o Brasil terá um apagão de professores em todas as etapas da educação básica nos próximos anos. Conforme os dados do levantamento, o déficit de profissionais pode chegar a 235 mil em 2040.

Conforme o estudo, considerando a taxa atual de 20,3 pessoas com idade entre três e 17 anos para cada docente em exercício na educação básica, em 2040, serão necessários 1,97 milhão de professores para atender a demanda de alunos na mesma proporção de hoje. No entanto, mantendo as taxas de crescimento de 2021, estima-se que o número de professores diminuirá 20,7% até 2040.

A pesquisa mostra que professores em atividade nesse ano será de 1,74 milhão. Logo, considerando a demanda e a oferta, o déficit de docentes na Educação Básica em 2040 deve chegar a 235 mil.

Outro dado importante está relacionado à área do conhecimento do professor. Entre 2016 e 2020, o curso de licenciatura com maior número de concluintes foi pedagogia. Já o curso de Formação de Professor em Educação Especial foi o que apresentou maior aumento percentual nesse período. A situação de defasagem é alarmante quando se trata do número de egressos em cursos de Formação de Professor de Biologia, Química, Educação Física e Letras.

Com o envelhecimento dos professores e o desinteresse dos mais jovens em seguir o magistério, a projeção é que no futuro as escolas não tenham dificuldade em contratar professores. O processo de precarização da profissão, como a baixa remuneração e a falta de reconhecimento, condições de trabalho precárias, como infraestrutura ruim das escolas, falta de equipamentos e materiais de apoio, violência na sala de aula, além de problemas de saúde, agravados pela pandemia de Covid-19, afastaram os mais novos da sala de aula.